31 de dezembro de 2007

Qual a diferença entre o primeiro e o último dia das nossas vidas?

No primeiro, queremos sempre começar algo.
No último, lamentamos o que não acabamos por começar.

26 de dezembro de 2007

25 de dezembro de 2007

Gosto e não gosto.

Gosto de me sentar de pernas cruzadas na cadeira que não tem espaço para isso. Gosto de ter as mangas do casaco exageradamente compridas, e do cheiro da gasolina. Gosto de gasolineiras, e do sinal de proibição de fumar.
Gosto de acordar e ter o Milkshake de chocolate dentro do frigorífico à minha espera. E de andar descalça. E de comer torradas.
Gosto do cheiro dos rojões da minha mãe. Gosto da Praça D. João I, da Cordoaria, e da Cadeia da Relação. Gosto do ar imponente dos tribunais, gosto de fontes que realmente são fontes pois têm água. Gosto da minha cama, de cobertores, de dormir enrolada neles, e de acordar fazendo de conta que estou a dormir.
Gosto do Anthony Hopkins, gosto da Amélie Poulain não porque está na moda gostar, mas porque é realmente bom. Gosto de cinema, de filmes que me transmitam algo, ou simplesmente daqueles assustadores. Gosto que o susto se fique pelas salas de cinema, e não passe para a vida real.
Gosto de Português, gosto de literatura, cultura e história.

Não gosto de roupa com menos 5 tamanhos, não gosto mesmo nada de marmelada. Ou compotas. Não suporto que estalem os dedos, ou me chamem coisa, até porque gosto do meu nome. Não gosto de ter as unhas roídas, no entanto, roo. Não gosto de comédias, prefiro dramas. Não gosto da Avenida dos Aliados cheia de modernices e mariquices. Não gosto de Braga, cada vez que vou lá, sinto-me mal. Não gosto de passar 3h no Parque Nascente, não gosto de chuva, e não gosto de não ter dinheiro. Não gosto de cores que me fazem doer os olhos. Não gosto que contem os meus segredos, e gosto ainda menos que ameacem contar.
Não gosto de ter a cabeça confusa.
Mas gosto de confusão e stress q.b. na minha vida.
Não gosto de coisas normais.
Gosto de quase tudo que seja esquesito.

O meu planeta preferido é Marte. Gosto do Sócrates e do Platão, gosto do Manuel Alegre. Odeio a direita política, odeio o Cavaco Silva, mas gosto do Marcelo Rebelo de Sousa.

O meu carro preferido tanto pode ser o Porshe 911, como o Mazda 2, como o Renault 5. Não gosto de não saber o que quero, mas gosto de saber que tenho várias hipóteses na cabeça, e que fico contente com qualquer uma delas.

Nobodies

Papa preocupado com Darfur, Iraque, Líbano e Afeganistão
O Papa expressou hoje a sua preocupação com a situação vivida nas zonas onde «ressoam as armas», nomeadamente Darfur, Iraque, Líbano e Afeganistão, e pediu ao Menino Jesus que dê aos governantes sabedoria para encontrarem soluções «justas e estáveis».





We are the nobodies
Wanna be Somebodies...

24 de dezembro de 2007


Ouvi dizer que era Natal.

14 de dezembro de 2007

Quando se gosta de alguém

Os créditos são todos para o Fernando Alvim. O texto é dele, as palavras também, assim como a beleza.
Venerei isto.

Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.

Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?


Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.

Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós.

@http://esperobemquenao.blogspot.com/

12 de dezembro de 2007

Miudezes

É com algum espanto que oiço os meus colegas a falarem de Bastonários da Ordem dos Advogados, de reuniões, de leis, de assuntos, e de coisas jurídicas.
Afinal, nem todos conseguem estar a par destes assuntos.
Eu não estou.

Afinal de contas, tenho 19 anos e estou-me a borrifar para a Ordem dos Advogados, muito basicamente falando. Sinceramente, não acho nem bem, nem mal.
Após tirar o curso (daqui a uns 20 anos, vá) sou obrigada a fazer um acesso de admissão à Ordem, para poder exercer a advocacia.
Ou seja:
-Posso tirar a merda do curso, e nem sequer conseguir exercer uma das saídas dele.

Mais coisas:
Direito não é para a toda a gente. Não é acessível, não é básico, não é para parvos.
Não é para quem, como eu, gosta de pensar livremente.

Existem regras.
Existem protocolos.
A vida social, passa a ser nula. Ou quase. Quando a há, começamos a pensar em coisas. Jurídicas. Contratos, vendas, tudo.
A vida pode, de facto, ser racionalizada, e ser vista como um contrato. É um facto incontestável. Mas deve isto passar a prática corrente?

Tenho professores que dizem que Direito é uma ciência racional.
Tenho outros (uma, vá, não exageremos, que o exagero é pecado) que dizem que não, que é preciso haver sentimento, emoção, e deve ser algo sentido.

Não sou a melhor pessoa para dizer isto, porque de Direito, não percebo nada. Acho que tão pouco quero perceber. Gostava mesmo era de puder fazer alguém feliz, em termos judiciais, e pensar:
BOLAS, consegui contornar uma sociedade excessivamente racionalizada e fazer alguém triunfar nesta sociedade exageradamente capitalista.



E sim, é um curso feio, chato, mói a cabeça, mas até que dá vontade de modificar algo.


(Às vezes penso que até gosto de estar aqui. 5% do tempo. Não que isto tenha a minha cara, porque não tem. Acho que é a vontade de mexer com algo que fala mais alto que eu. Acho.)

5 de dezembro de 2007

Férias

Tenho saudades dos tempos em que férias, significavam mesmo férias.

2 de dezembro de 2007



Gato gato,
Gato sapato.

E ele é o meu príncipe.

1 de dezembro de 2007

Eu escrevi isto, em 2005.

Não,eu não odeio o meu País. Pelo contrário, Portugal deve ser dos países com as paisagens mais lindas do mundo. Com o seu toque antigo, com a sua simplicidade simples, com a sua beleza natural. Não precisámos de prédios gigantes para fazer com que uma cidade deixe os turistas de boca aberta. A nossa beleza natural, sem grandes coisas, faz com que todos se surpreendam

Não,eu não odeio o meu país. Odeio a mentalidade portuguesa que iniste em ser mesquinha, em viver num mundo negro,onde tudo são problemas, e não há felicidade.

Porque viver é alegria, e o nosso espírito deve estar cheio de cor. Para quê continuar a viver num ultra-romantismo insuportável?