Nunca chegou.
Pedimos a uma pessoa que não conhecemos, uma pessoa grande com muitos empregados, que nos empreste dinheiro.
É hora de te sentares naquele banco, de ajeitar o nó da tua gravata azul (que a tua mulher te deu. Foi barata, o dinheiro não deu para mais), e rezares para que tudo corra bem.
Do outro lado, está um senhor como tu, de sorriso amarelo. Analisa os TEUS papeis, as tuas CONTAS, a TUA vida. Sabe mais de ti, do que tu próprio. A ideia é assustadora. Sorris também. Dizes que sim, que vais pagar tudo. Tens perspectivas de carreira, e o patrão até gosta de ti (és mentiroso, és mentiroso!).
Não sei se o senhor do sorriso amarelo acreditou em ti. Achas que sim? Mas afinal, pouco interessa. Ele tem um patrão que quer dinheiro. Empresta-te o dinheiro.
Os papéis resolvem problemas reais?
Compras os patins. Abates a dívida que tinhas no Jumbo e no Carrefour. Já podes comprar a mercearia deste mês.
Sobrevives na tua frágil casa de fósforos mais um dia.
Até que ponto isso chega?
27 de janeiro de 2008
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